O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a condenação do último envolvido no assassinato do promotor de Justiça Manoel Alves Pessoa Neto, que ainda não havia sido levado a júri popular. O ex-soldado PM Wilson Pereira de Alencar foi condenado a 31 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. O juri foi realizado nesta quinta-feira (21), no fórum de Pau dos Ferros.
Manoel Alves Pessoa Neto foi assassinado enquanto trabalhava no gabinete dele no fórum de Pau dos Ferros no dia 8 de novembro de 1997. O vigia do fórum, Orlando Mari, também morreu baleado no mesmo crime.
O autor dos crimes foi o pistoleiro Edmilson Pessoa Fontes. Edmilson se entregou à polícia meses depois dos crimes e admitiu ter matado o promotor a mando do juiz da própria cidade, Francisco Pereira de Lacerda. O juiz Lacerda mandou executar o promotor porque este seria testemunha de acusação contra o juiz numa denúncia que um advogado da cidade pretendia fazer sobre irregularidades no fórum.
Wilson Pereira e o ex-juiz Lacerda, que eram cunhados, encomendaram a morte do promotor de Justiça ao pistoleiro Edmilson Fontes. Por causa das acusações do pistoleiro Edmilson, foi aberto um processo contra o juiz. Apesar de jurar inocência, o juiz foi condenado a 35 anos de prisão no dia 16 de agosto de 1999. O ex-juiz já faleceu.
No julgamento desta quinta, o promotor de Justiça que oficiou foi Paulo Roberto Andrade de Freitas, titular da 3ª Promotoria de Justiça de Pau dos Ferros.
“Esse julgamento foi marcante para a história potiguar, não só porque foram mortos um Promotor de Justiça e um vigia do fórum, mas porque esse ato covarde significou um atentado contra a Justiça e as instituições públicas brasileiras”, comentou o promotor do caso.
"Contudo, aflorou, ante esse ato bárbaro, o sentimento de união, de corpo, entre o Ministério Público, a Magistratura, as Polícias Civil e Militar e a sociedade, demonstrando que o Ministério Público não está sozinho e que a impunidade nunca fixará raízes neste Estado ou em qualquer outro, quando estiverem as instituições unidas e com o apoio popular”, completou o Dr. Paulo Roberto.
Com informações do MPRN.